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Gliomas

Atualizado: 7 de mai.


Gliomas

Dados estatísticos apontam para aproximadamente 30.000 casos novos por ano de tumores do Sistema Nervoso Central (SNC), sendo 5.000 benignos e 25.000 malignos. São 6.000 de baixo grau e 19.000 de alto grau de malignidade.


Correspondem à segunda causa de morte por câncer pediátrico, quarta causa de morte por câncer em adultos jovens. O glioblastoma multiforme apresenta sobrevida média de 1 ano e o astrocitoma anaplásico de 2 a 3 anos. Trata-se, portanto de um problema de saúde de incidência pequena, porém com alta mortalidade, justificando investimento em avanços técnico-científicos do tratamento.


Através da sofisticação dos exames de neuroimagem [tomografia computadorizada de crânio (TC), ressonância magnética de encéfalo (RM), angiorressonância encefálica (angio-RM), angiografia cerebral digital, (angio-digital)], é possível obter a localização exata das lesões, predizer o grau de dificuldade cirúrgica, o risco de déficits neurológicos, além de estabelecer critérios para escolha da via de acesso adequada.


Os tumores constituem um grupo de doenças caracterizado por desarranjo celular, relacionado ao núcleo celular, sobretudo ao DNA, caracterizando então o câncer como uma doença molecular.

Dentro dos tumores primários do SNC, os gliomas têm posição de destaque pela sua maior incidência, principalmente os de origem astrocitária, cuja apresentação mais maligna é o glioblastoma multiforme (GBM).


O GBM causa sinais e sintomas neurológicos (convulsões, déficits focais, hipertensão intracraniana), o diagnóstico geralmente se estabelece com volume tumoral variando de 10 a 50 cm3.


Tratamento Cirúrgico

Há embasamento na literatura que o grau de retirada dos gliomas malignos relaciona-se diretamente com o prognóstico.


Os argumentos favoráveis à retirada radical, ou seja, de mais de 95% do tamanho do tumor são:

  • Diminuição do volume do tumor (citorredução)

  • Reverter déficits neurológicos

  • Aliviar a hipertensão intracraniana

  • Eliminar convulsões refratárias

  • Obter material para estudo/diagnóstico

  • Alguns gliomas são controlados com cirurgia

  • Efeito limitado da radioterapia e quimioterapia


Analisando a localização do glioma como fator prognóstico isolado, diversos trabalhos científicos já demonstraram que os tumores superficiais têm melhor prognóstico que os profundos. Isto é real, mas a explicação para este fato está na questão da ressecabilidade cirúrgica radical ser nitidamente mais simples nos tumores superficiais.


Desse modo, como o grau de ressecção (retirada) cirúrgica relaciona-se diretamente com melhora do prognóstico (tempo de sobrevida e qualidade de vida/índice de Karnofsky), procedimentos poucos invasivos, como biópsia estereotáxica para GBM ficam reservados apenas (do ponto de vista neurocirúrgico) para os casos de invasão bilateral do corpo caloso e tronco cerebral e, obviamente, nos casos de falta de condições clínicas do paciente para craniotomia (cirurgia de grande porte).


Os gliomas de baixo grau de malignidade têm também indicação cirúrgica: rescecção radical desde que não acrescente déficits neurológicos definitivos.


Por: Dr. Jose Marcus Rotta


  • Diretor do Serviço de Neurocirurgia IAMSPE - São Paulo

  • Diretor do Centro de Neuro Oncologia – SP

  • Presidente do Conselho Editorial Brazilian Neurosurgery

  • Presidente do Conselho Deliberativo da SBN

  • Past Presidente FLANC

  • Past Presidente SBN

  • Presidente do Conselho Deliberativo da AACC

  • Membro do Conselho Deliberativo da Academia Brasileira de Neurocirurgia

  • Presidente Emérito do Capitulo de Neuro-Oncologia da FLANC

  • FIRST WINNER RAYMOND SAWAYA AWARD

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